quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Metade de Mim

Exatamente há um ano atrás cá estava eu prestes a mudar minha vida irremediavelmente.
Estava conhecendo, pela primeira vez, meus colegas de trabalho da Lapa. Foram, em primeira instância, gerente, supervisor e assessor pra mim. Hoje, no entanto, "bateram suas cotas" e trancenderam os cargos. Agora aqui são a familia que não corre em minhas veias, mas bate em meu coração.
Foi sim um momento histórico, onde grandes mudanças ocorreram na minha vida profissional e pessoal. Analisando bem, foi um ano tão marcante quanto necessário.
O mundo deu suas voltas, e metade de mim teve que abandonar a parte profissional que me cabia naquele lugar. Mas a outra metade ainda ficou...
Metade mim ainda sente nas veias a adrenalina de lutar todos os dias para ver sua filial campeã.
Metade de mim ainda se sente parte integrande da familia.
Metade de mim está lá todos os dias.
E a outra metade.........também.


METADE - OSWALDO MONTENEGRO

(click no link acima e veja o video)

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.