sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Revelação

Veio devagar.
E por que não me alcança?
Vem com leveza,
Envolta de mim
A sambar.
Delicadeza sua,
Veio devagar.

Como um samba de choro emocionado
Faz chorar
Vem e se colore,
E a cor que se escolhe
É o lado, sob o sol, do seu olhar.

E da luz faz a magia acontecer
Faz enfim voce perceber
Que tudo, desde sempre
Esteve bem diante de voce
Embaixo dos seus pés
Tímidos e admirados
Debruçados e descalços
Vendo a morena girar.

Mas, eu não quero outra, não!
Nada mais encanta.
Nada mais atrai.
Eu quero a vida encandescente
Poeira transparente
Sobre a areia do mar.

Elo que eu quero sentir
Entre a vida de lá e daqui
Me dá a esperança
De que ela ainda fica, paciente, a me esperar.

Espera, vida minha, só mais um pouco que eu vou já!
Estou chegando, tonta de vontade
Torta de saudade de te abraçar
Nem que seja apenas durante
O eterno e estúpido instante
Do seu respirar.

(vou com ela sambar)
ps: um dia, ainda há de virar samba...

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